sábado, 29 de junho de 2013

Conversa com Renata Runge do Gastronômade

Postado em junho 27, 2013 por Adriana Avelar em Direto da Cozinha

Gastronômade é uma aventura culinária, uma comida maravilhosa com ingredientes trazidos por produtores da região para um restaurante sem paredes. A idéia é usar ingredientes de produtores locais que estão presentes no evento contando o amor com que cultivam suas produções.
Eu tive a chance de participar de dois eventos com eles em São Paulo, no primeiro fui comensal e no segundo ajudante de chef. Foram ambas experiências únicas e me proporcionaram conhecer pessoas que amavam aquele conceito tanto quanto eu. Assim eu conheci a nossa entrevistada de hoje: Renata Runge, uma loirinha, pequenininha, guerreira e grande idealizadora e fundadora desse evento no Brasil.
Eu aqui em Sydney entrei em contato com a Renata que mora em Toronto, 14 horas de fuso horário, demos um jeitinho de nos falarmos por Skype para garantir essa entrevista. – Renata, obrigada pelo seu tempo! Delicioso conversar com você!
Poderia nos contar um pouco como você conheceu o movimento Gastronômade e como surgiu a idéia de fazê-lo no Brasil?
Eu estava acompanhando meu marido em uma conferência de negócios chamada PINC (People, Ideas, Nature, Creativity – Pessoas, Idéias, Natureza e Criatividade) que acontece na Holanda quando assisti a palestra de Jim Denevan, que falava sobre o Outsanding in the Field, movimento que ele fundou nos EUA em 1999.
Eu me apresentei a ele já apaixonada pelo conceito e conversamos sobre Brasil pois ele estava por começar um projeto na América Latina.
Começamos a trabalhar juntos desde julho de 2011 neste projeto até que no final do ano, quando estava com todos os produtores mapeados, quase tudo pronto, ele decidiu cancelar o projeto América Latina. Eu já estava mergulhada de cabeça naquilo, não podia deixar.
Foi então que propus a ele comprar os direitos autorais da marca e a levar ao Brasil. Ele aceitou na hora porque acredita no modelo e já realiza 80 eventos por ano nos Estados Unidos e o que ele deseja é ver esse conceito mudando o mundo todo.
Como eu iria empreender sozinha, o projeto mudou completamente, estabeleci um número de eventos como meta e comecei. No Brasil já foram realizadas 12 etapas até agora. Em 2013 ainda teremos mais 6 por vir e em 2014 queremos atingir a meta de 24 eventos. Somos ambiciosos e queremos chegar a marca dos 80/ano.
Quando foi e como foi o primeiro evento, conte-nos um pouquinho sua primeira experiência no Gastronômade Brasil…
O primeiro evento foi em março de 2012 em Florianópolis no Mosteiro Vila Fátima (http://www.casaderetiros.com.br/galeria-fotos.htm) e este só aconteceu porque o produtor André Theiss da Blueshell abraçou o projeto. Ele foi um dos primeiros produtores que eu contactei em meados de 2011 e que se envolveu completamente. Quando eu o informei que não poderíamos fazer Florianópolis o primeiro porque tinha mudado o projeto, reduzido significantemente, ele ficou inconformado e falou “eu faço acontecer, trago público, chef, tudo!”

E assim foi, o André é produtor de siri mole, o único produtor do Brasil dessa iguaria, em duas semanas organizou tudo: chef, local, público que veio de Blumenau a Florianópolis para o evento. E o prato principal obviamente era Siri-mole!
Siri mole é um Siri azul que passa por um processo, resultando em um animal com o corpo inteiro mole. Garras, patas e corpo completamente moles e com a consistência de um filé de peixe.
Quais eram as expectativas de resposta do público brasileiro ao movimento e como foi efetivamente esta resposta?
Eu esperava uma resposta mais rápida e mais receptiva. Esperava mais por mim ou pelo que os outros falavam quando eu contava a idéia, parecia realmente que ia “pegar” super rápido.
Mas também reconheço que entramos no mercado com preço muito alto, sei que não foi o preço adequado, entramos em uma classe AA sem saber. Mas naquele momento a produção do evento era muito cara. Não haviam parcerias, tudo era pago.
Também entramos com o nome errado “Outstanding in the Field” fez crescer os olhos dos brasileiros, tivemos dificuldades com alguns chefs no início que queriam cobrar um cachê altíssimo pelo trabalho, pouco se importando com o conceito do Projeto.
Fui entendendo que o negócio no Brasil funciona diferente dos EUA. Lá até hoje não existem parcerias, mas no Brasil precisamos de parceiros para reduzir o preço do ticket. Já conseguimos reduzir bastante o valor com todo o trabalho que temos feito. A minha meta é ter um valor de venda próximo ao que tem nos EUA (190 a 230 dólares). Quero vender o primeiro lote de ingressos a menos de 200 reais.
No Brasil o valor ainda é um peso muito grande na decisão de experimentar algo novo. Eu sei, você sabe, quem já foi sabe que um evento como aquele custa caro produzir: um ambiente inusitado, comida maravilhosa harmonizada com vinhos excelentes. A logística é muito cara, produção tem custo bem alto.
Tem surgido parceiros com produtos bacanas interessados no Projeto, tenho esperança de conseguir fazer um preço mais acessível em 2014 para atingir o público que quer experimentar mais ainda julga caro.
Falhar no começo de uma iniciativa como essa é comum, você mesmo citou um aprendizado que teve com relação a parcerias e preços. Tem algo que você recomendaria aos que se inspiram na sua história?
Tem de ter muita paixão. Pessoalmente foi esse o caso e eu tive um respaldo. Nos primeiros eventos fizemos um grande investimento. Ela tinha respaldo de investidores que acreditam na idéia. Acreditar e fazer com que os investidores acreditem e saber que a idéia tem tudo pra dar certo. Acho que o Gastronomade é um movimento muito bom, uma idéia espetacular e tem tudo pra dar certo não só no Brasil como também em outros países.
Qual a próxima etapa? O que vem por aí?
Em setembro vamos fazer uma maratona: Rio de Janeiro, Brasilia (DF), Paraná e Rio Grande do Sul. Outubro fazemos Santa Catarina e fechamos em São Paulo.
Em 15 de setembro a etapa do Rio será com o Chef Rafael Costa e Silva, um chef super novo super ligado ao conceito. Foi chef do Mugaritz, considerado o 3o. melhor restaurante do mundo e voltou ao Brasil ano passado para planejar seu próprio restaurante.
Eu conheci o Rafa através de uma produtora de brotos orgânicos do Rio, a Fátima. Ele tem o conceito incorporado em sua vida na cozinha de tal forma que tem duas hortas urbanas no Rio de Janeiro, que está cultivando para abastecer seu futuro restaurante.
Depois vem Brasília com o Chef William Chen Yen que também é super engajado, vai atrás, acha produtores, participa, isso é importante. Quando não tem o envolvimento do chef, o evento trunca e não vai.
E já aconteceu alguma situação dessas em que “truncou e não foi”?
Já (risos). Na etapa que nos conhecemos, foi a segunda etapa no Brasil e a primeira em SP. Estava tudo fechado com uma chef que eu não estava sentindo firmeza, quando abri para ela, realmente ela não estava mesmo afim. Então a duas semanas do evento o Alex Caputo fez mágica e fez aquele super evento que você foi. Ele abraçou a causa, foi amigo e encarou o desafio, foi muito legal. E por isso até repetimos o chef no outro evento do Mercadão, que até você estava de novo conosco na equipe.
Por já ter ido a um evento eu sei que no final todos parecem grandes amigos, rola uma conexão, interação única. Tiveram eventos em que você se surpreendeu positivamente e negativamente com a reação do público.
Poxa negativamente teve um sim, em Minas. Foi muito estranho pois o povo mineiro é sempre tão afetivo, fácil de fazer amizades. O chef Felipe Rameh, eleito chef do ano de BH pela Revista Veja, pupilo do Alex Atala, super engajado no conceito mas não sei o que aconteceu, ainda estamos tentando entender, o público não entrou no clima.
Grandes surpresas pra mim também foram Rio Grande do Sul e Brasília. A etapa DF surpreendeu muito, foi uma etapa de estréia com record de público, presença até do Governador, eu nem esperava, foi muito legal.
Muito obrigada novamente Renata. Vamos finalizando nossa entrevista, tem algum ponto que você gostaria de acrescentar?
Só tenho a agradecer a ajuda de todos os produtores que fornecem produtos maravilhosos, aos chefs que participam de corpo e alma do projeto e as propriedades que abrem portas para nos receber. Esperamos poder retribuir tamanho envolvimento com um trabalho bem feito capaz de mostrar ao público a importância de toda a cadeia alimentar.
A idéia do evento é ser nômade, muda o ambiente, muda o chef e mudam os produtores, assim conectamos mais as pessoas a terra através de produtos frescos, locais e um chef servindo a natureza expressa no prato.
E pra finalizar uma receitinha de um prato que foi feito na etapa Distrito Federal em março de 2013 pelo Chef William Chen Yen.
- Fondant de chocolate com nougat e caramelo de côco -



• FONDANT
140 ml de creme de leite
350 gr de chocolate meio-amargo
chocolate granulado (de preferência meio-amargo)
Derreta o chocolate em banho-maria. Junte o creme e misture até uniformizar. Despeje num tabuleiro e leve à geladeira até firmar. Cubra com o granulado e corte em retângulos do tamanho desejado.
• CARAMELO
Leve ao fogo a água de 4 côcos verdes, reduzindo até acastanhar e ficarem no ponto de calda. Esfrie e reserve.
• NOUGAT FUNCIONAL
50 gr de linhaça
50 gr de chia
100 gr de gergelin
180 gr de açúcar
50 ml de água
Leve o açúcar e a água ao fogo para fazer uma calda. Quando atingir 112ºC junte as sementes. Misture vigorosamente até caramelar. Despeje entre dois tapetes de silicone e abra com um rolo de massa, deixando com 3~4 mm.
• MONTAGEM
Faça um laguinho no fundo do prato com o caramelo de côco. Posicione um paralelepípedo de fondant no centro. Quebre um naco do nougat e crave no chocolate. Decore com merengue e flor borago.
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domingo, 23 de junho de 2013

Coluna Direto da Cozinha: Banana Bread



Quero hoje contar um pouquinho de Sydney. Logo que cheguei no aeroporto no dia 16/janeiro de 2013, me deparei com um Café, famoso Gloria Jeans.
A história deste café começou em 1996, quando Nabi Saleh e Peter Irvine abriram o primeiro Gloria Jeans Café em Miranda, Sydney. Hoje há mais de 400 cafés espalhados pela Austrália e  Estados Unidos.
E assim outras marcas de café espalhadas por todos os cantos de Sydney. Os cidadãos  transitam carregando seus “take-aways”: copos de papelão com tampinha de plástico e café na temperatura ideal para ser tomado, nem muito frio, nem muito quente. Confesso que tenho paixão pelos cafés “take-away”, pela temperatura e cremosidade com que são servidos. Muitos brasileiros me criticariam por estar dizendo isso porque amam nosso café. Eu não entendo absolutamente nada de café, entendo de cremosidade e é disso que estou falando… acho a cremosidade perfeita, deliciosa…
Eu particularmente gosto de café com leite. Aqui o café com leite é “laté” e o leite é esquentado naquela maquininha de vapor ao lado da máquina de café que tem junto (na maioria das vezes) um termômetro, que o barista controla a temperatura de servir o café ao cliente.
No Brasil ao menos em São Paulo esse café com leite matinal seria servido numa boa padaria, certamente acompanhado de pão e chamado de “meia clara” e sem 1/3 da cremosidade do lindo “laté”… Em Sydney padaria é bem diferente de São Paulo, elas vendem pão “e ponto”. Não tem esse jeitinho brasileiro de pão na chapa, sanduichinho, frios fatiados… Nada disso é vendido nas padarias daqui. Nem tem balcão e nem chapa.
Bom, e a padaria é em um lugar, o café em outro, e eles comem pão com café onde? Como é isso? – Eu pensava… Então um dia quando não estava atrasada fiquei de longe observando a fila de um café e vi que todos saiam com um café e um Banana Bread. Logo entrei na fila para experimentar um e… foi paixão à primeira mordida! Textura, sabor, aroma reunidos em uma fatia…
Na semana passada estava caminhando pelas ruas de Sydney, saindo do trabalho quando encontrei um amigo e fomos logo tomar um café no Gloria Jeans na Park St com a Pitt St, bem grande, com mesinhas do lado de fora. Sentamos e ele foi buscar os cafés. Voltou com um lindíssimo banana bread que tinha sido esquentado em uma grelha tipo uma churrasqueira e deixado marquinhas lindas fazendo arte em diagonal na fatia de pão…
Caí de amores novamente, eu tinha de conseguir reproduzir aquele sabor! Já saí de lá direto para o trabalho, atravessei a ponte de Pyrmont com os olhos no celular em busca de uma receita de Banana Bread. Assisti a vídeos no Youtube, procurei livros como da Nigela e outros chefs famosos por compartilhar suas receitas.
E então após muita teoria eu fui praticar e… SUCESSO! LINDO! Fácil, fácil e delicioso! Demora 10-15 minutos pra preparar a massa, demora um tempinho no forno (1 hora), mas é só colocar um timer e ir cumprir outras funções da casa enquanto ele fica pronto!
É definitivamente o pão mais fácil que já fiz na vida! E ele pode ser armazenado já em fatias na sua geladeira envolto em um filme plástico e esquentado na hora de servir, ele volta à mesma textura de saindo do forno. Incrível esta massa!
Nos cafés o Banana Bread é servido quente, com ou sem manteiga. Alguns esquentam no microndas, acho que gostoso mesmo é na chapa com um pouquinho de manteiga, ele faz aquela casquinha crocante douradinha pra morder e sentir o “crunch” da casquinha com a textura macia do centro do pão… Ou ainda aquele pãozinho esquentado na “churrasqueira” do Gloria Jeans….
Um dia um colega meu comentou que gostaria de gravar os sons dos ambientes e reproduzí-los junto com fotos, trazendo segundo ele uma tradução mais real do momento. Eu acrescentaria o cheiro. Se meus leitores pudessem sentir esse cheiro que estou sentindo agora, com certeza testariam a receita…


Eu testei a receita, deu certo, ficou maravilhosa e acabou em um minuto! Então resolvi escrever sobre esse pãozinho na coluna. Como eu queria estar completamente imersa no Banana Bread enquanto escrevia, comecei a escrever este artigo enquanto uma nova receita assava no forno, o perfume de banana tomou conta do meu ambiente e me ajudou a melhor descrever a sensação de assar um Banana Bread.
Banana Bread – Bolo de banana australiano
3-4 bananas amassadas com garfo
1 xícara de açúcar
1/3 xícara de manteiga derretida
1 ovo
1 pitada de sal
1 colher de chá de baunilha
1 colher de chá de fermento em pó
2 xícaras de farinha
Pré-aqueça o forno a 175 graus. Misture a manteiga e o açúcar, forme uma base cremosa, adicione as bananas amassadas e o ovo já batido. Misture bem, adicione uma pitada de sal, a baunilha e reserve.
Em um outro bowl coloque a farinha e o fermento em pó. Faça um buraco no meio e adicione a mistura de banana. Cuidado para não misturar muito rápido, cuidadosamente incorpore a farinha a massa, mexendo com a colher das laterais para dentro, trazendo a farinha para dentro da massa lentamente, gentilmente.
Coloque em forma untada com manteiga e forno por uma hora… Coloque um timer para despertar e deixe lá o bolinho/pãozinho assando, não se preocupe, se estiver a 175 graus não vai queimar.
Aos 45-50 minutos começa a exalar um perfume de banana australiano maravilhoso, envolvente. Nesse momento fure com um palito e veja se está assado por completo, como se fosse um bolo.
Saindo do forno, deixe esfriar por 20 minutos e então fatie. Faça fatias mais grossas que as do pão de forma, da espessura de um dedão, embale-as individualmente em filme plástico e mantenha em geladeira assim ele se manterá fresco por 3 ou 4 dias. Na hora de servir, esquente a fatia. Eu recomendo fazer em uma chapa ou frigideira, mas se estiver com pressa o microondas faz bem essa função também.
E então vamos experimentar um Banana Bread?
Leia mais artigos no link do O Estado RJ - Direto da Cozinha 

sábado, 15 de junho de 2013

Coluna Direto da Cozinha: Nova Colunista


Primeiramente quero me apresentar, sou Adriana Avelar e começo hoje uma nova empreitada por aqui… A Marcela Ferrinha fez um trabalho espetacular durante os 4 anos que escreveu esta coluna, cativou seu público,e agora eu terei um trabalho grande pela frente de escrever a sua altura!
Quero então contar como tudo começou, por que é que eu sou essa figurinha pseudo-comida de tão apaixonada que sou por tudo que gira em torno de comida, cozinhar e comer!
Costumo dizer que sou uma paulistana de berço e mineira de coração! Cresci e me eduquei em São Paulo e passei férias da infância em Minas ao redor dos tachos de doce de minha avó! E assim começou a paixão: desde pequena eu tinha mania de ficar na cozinha, sempre foi o lugar da casa que mais me agradou, eu ficava horas observando os movimentos de minha querida avó Ana Maria, minha grande inspiração.
Ela me ensinou que a comida não serve só para alimentar o estômago vazio, mas também o coração. Quando preparamos um prato estamos transmitindo amor através da combinação de ingredientes e temperos.
“Assar um pãozinho de queijo” é a coisa mais fácil que tem em casas mineiras, então eu quiz descobrir como é que surgiu essa linda bolinha de queijo que tanto encanta simbolizando um carinho mineiro.
Sites e livros sobre o assunto abordam que quando os portugueses chegaram em 1500 trouxeram uma frota de 44 navios com costumes europeus, receitas e ingredientes. A bordo dos navios haviam alimentos suficientes para alimentar todos os tripulantes, entre os ingredientes estavam animais vivos, pois não havia refrigeração para armazenar e transportar carnes por longos períodos, assim o ideal era que fossem mortos a bordo.
Entre os animais estavam vacas, essenciais para o desenvolvimento da gastronomia brasileira pois elas produziram o leite e dele fizemos o queijo em Minas Gerais.
Os índios que aqui viviam neste tempo consumiam muitos vegetais e a mandioca era a base da sua alimentação. E acredito que por esta razão este é um dos mais incríveis e bem aproveitados ingredientes da gastronomia brasileira, acredito que nenhum outro país do mundo consiga aproveitar tão bem a mandioca como nós.
Comemos ela cozida e frita, em guisados, em sopas, inúmeros pratos… e daí então vem seus derivados: farinha de mandioca, polvilho, tucupi. Então justamente sobre estes 3 derivados eu queria falar, quer melhor produto do que um sem desperdício algum ao fazer subprodutos? Assim é a mandioca.
Os pedaços de mandioca ralados e secos formam a farinha. O liquido que cai do processo de ralar o tubérculo é muito rico, deixando-o decantar, um pó esbranquiçado se deposita no fundo do recipiente e um líquido amarelo no topo. O pó seco ao sol é o nosso famoso polvilho e o líquido, o charmoso Tucupi.
Assim o queijo sub-derivado da vaca com o polvilho da mandioca se encontraram na vontade dos portugueses de comerem pão. Por aqui não tinha trigo, testaram o polvilho seguindo os mesmos princípios de uma massa de pão (ovos e gordura) obtiveram a deliciosa receita do pão de queijo.
E assim em Minas, onde o famoso queijo meia-cura e o polvilho fresco conferem sabor especial ao pão de queijo, ao chegar na casa de mineiros nos horários próximos ao café da manhã ou lanche da tarde tem grandes chances de encontrar pão de queijo quentinho.
Pão de queijo bom é quentinho, frio não tem o mesmo gostinho… Abrir o pão de queijo, colocar manteiga e morder enquanto ele está derretendo é uma sensação única! E ter pão de queijo quentinho é muito fácil, a receita abaixo rende 50 unidades pequenas e demora 20 minutos no máximo para ser feita, não faz sujeira e as bolinhas podem ser congeladas e assadas quando desejar! Ele continua perfeito, ótimo produto para congelamento.

Pão de queijo (Receita de minha mãe)
Ingredientes:
3 copos de polvilho (azedo ou doce*) – ½ azedo ½ doce (350g)
2 copos de queijo minas ralado (250g)
1 copo de leite (200mL)
½ copo de óleo (100mL)
1 pitada de sal
2 a 3 ovos
Polvilho: O azedo deixa a casquinha mais crocante, é bastante usado para fazer biscoitos de queijo, o doce deixa ele molenguinho. Gosto dele molenguinho dentro e com casquinha crocante como minha mãe faz, então uso metade-metade, escolha a proporção que for melhor para você.
Modo de preparo:
Prepare um bowl (ou bacia como diriam os mineiros) com o polvilho. Em uma panela, ferva o leite com óleo e sal,  quando levantar fervura, adicione o líquido ao bowl e mexa delicadamente, isso se chama “escaldar” o polvilho, seria como hidratar o polvilho com leite e óleo.
O princípio de toda massa é formar uma mistura consistente com gordura e um dos secos no caso óleo, leite e polvilho.
Adicione então o queijo ralado, quando estiver incorporado na massa, adicione os ovos, um a um até obter uma massa toda junta, que dê para fazer bolinhas. Provavelmente terá massa grudada entre seus dedos e parecerá que dali não sai pãozinho. Mas sai… Tire o excesso com ajuda de uma colher. Lave as mãos e comece a fazer bolinhas.
Com as mãos e faça bolinhas para pãezinhos e bolões para pãezões! Faça do tamanho que gosta de comer pão de queijo! Só um ponto bem importante no tamanho é o tempo de forno, se você fizer um grandão, vai demorar pra assar e corre o risco de ficar bem moreno fora e ainda cru por dentro! Eu particularmente prefiro deixar os grandões pra comer na rua, que devem usar outra receita que não essa, prefiro fazer pãezinhos pequenos que são mais charmosos e assam rapidinho.
Coloque em forma (que não precisa ser untada com óleo) e leve a forno pré-aquecido a 200graus. Não coloque em forno frio, não irá funcionar! Daí depende do tamanho que você fez as bolinhas, e do seu forno, pode demorar 20 a 35 minutos. Ele geralmente cresce um pouco e fica douradinho por fora. Sempre roubo um pãozinho da forma e experimento pra ver se está bom. Como você preparou a massa crua, sabe a consistência que ela tem, portanto o pão de queijo estará pronto quando a massa dentro dele mudar de consistência.
Para congelar é muito fácil, faça as bolinhas e coloque na assadeira, leve ao freezer para pegar o formato por cerca de 2 horas, então retire da assadeira e coloque-os em sacos plásticos para facilitar o armazenamento no freezer e evitar ressecamento. Como eles estão já firmes, não grudam uns nos outros.
Lembre-se de colocar data no saquinho, alimentos congelados não se tornam imperecíveis, eles continuam tendo tempo de validade. No caso do pão de queijo 90 dias, coloque a data que fez a massa para não se perder!
Para assar o produto congelado, mesmo princípio: forno bem quente! Não precisa descongelar, coloque a bolinha congelada em uma assadeira e forno! Vai demorar mais um pouquinho pra assar por causa do tempo de descongelamento mas o sabor, aroma e textura se mantém intactos!
E assim pretendo que sejam as receitas da coluna Direto da Cozinha: fáceis, rápidas, receitinhas paulistas, mineiras, de vó, de mãe, comida que abraça! Bem-vindos à minha cozinha!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Bolo de cenoura com cobertura de chocolate


Outro dia estava andando no “sacolão” daqui do bairro e encontrei uma cenoura roxa, comprei para experimentar. Comi ela crua e não achei grande diferença, talvez ela fosse um pouco mais forte e bagunceira como a beterraba, espalha caldinho roxo por onde passa.

Então me lembrei daquele bolo mármore que tem no Brasil. Que é chocolate com bolo branco... Ele é divertido. Então resolvi me divertir ainda mais com o bolo mármore sabor cenoura, metade com a roxa, metade com a laranja.

Fiz essa tarde! Peguei uma receita inteira, dividi todos os ingredientes por causa da cor da cenoura, mas não fiz isso nessa receita aqui porque sei que no Brasil não tem cenoura roxa... Massa perfeita, saborosa, leve, a cobertura fica daquela açucarada, docinha mas não excessivamente doce... Receita maravilhosa!





Bolo de cenoura

Ingredientes
½ xicara de óleo
3 cenouras médias
4 ovos
1 pitada de sal
2 xicaras de açúcar
2 ½ xicaras de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó
¾ xícara de leite

Modo de fazer:
Bater no liquidificador a cenoura, ovos, óleo, açúcar e sal durante 4 minutos. Transferir a massa do liquidificador para um bowl e com um fuet ou batedor adicionar a farinha aos poucos e misturar. Ao final adicionar o fermento em pó. Levar em forma untada e polvilhada ao forno pré aquecido a 180 graus por 40 minutos. Faça sempre o teste com um palito ou ponta de uma faquinha para saber se o bolo está cozido.

Cobertura de chocolate

Ingredientes
1 xicara de açúcar
½ xicara de chocolate em pó
¼ xícara de leite
¼ colher de chá de sal
4 colheres de manteiga

Modo de fazer:
Quando retirar o bolo do forno, comece a preparar a cobertura é muito rápida e deve ser colocada sobre o bolo ainda quente.

Junte todos os ingredientes e leve ao fogo mexendo sempre até ferver. Então abaixe o fogo e deixe ferver por mais um minuto. Jogue sobre o bolo ainda quente e espere até que endureça para comer... Ela fica açucarada, quebradiça, maravilhosa!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Requeijão


Desde que cheguei em Sydney em janeiro escuto minha prima Camila procurar por produtos que possam substituir o requeijão por aqui. Segundo ela tem somente um produto vendido em supermercado de bairro com marca própria, o "cream cheese" mais barato do mercado! Esse lembra vagamente o requeijão.

E de onde vem toda a saudade? Acho que cada brasileiro tem uma ou umas pontinhas de historia com requeijão...

Já na infância tive contato com dois tipos de requeijão, o fresco da fazenda e o industrializado vendido em supermercados. Os dois tipos são tão diferentes que nem parece ter sentido terem o mesmo nome.
O requeijão de fazenda é produto raro hoje em dia, o industrializado se popularizou tanto a ponto de alguns comerem o original (fazenda) e dizerem que não é requeijão.

Assim como a grande maioria dos produtos mineiros o requeijão tomou a vida dos paulistas invadindo suas geladeiras com nomes atrativos como "Poços de Caldas", cidade mineira onde a Danone tinha fábrica e produzia o requeijão industrial.



O requeijão "Paulista" também tinha seus consumidores fiéis e assim o cidadão paulista passou a substituir a manteiga ou margarina no pão francês de cada dia. E outros pães, bolos, croissants acolheram também o delicioso requeijão!

Minha mãe faz pães de queijo deliciosos e me lembro muito de rechea-los com requeijão e ouvir de meu pai "por que isso? Já tem queijo no pão de queijo!". Mas quem falou que requeijão é queijo? Requeijão é creme, liga, "moisture", abraço!

Tinha uma padaria que eu costumava ir quase todos os dias do lado da minha casa em Sp que o padeiro era um senhorzinho pra lá de bem com a vida... Ele fazia pra mim um pão na chapa com requeijão tão feliz que eu me sentia abraçada após o café da manhã na padoca! Não dava pra ir todos os dias, mas quando eu estava carente de abraço matinal servia bem!!

Eu então comecei uma pesquisa para descobrir o tão desejado requeijão na Austrália! Comecei a dar googles, perguntar, estudar, entender como se produzia o  requeijão cremoso, industrial. Foi então que o querido Chef Lucius Gaudenzi me deu uma mãozinha publicando na sua página no Facebook um pedido de ajuda. Engraçado foi que ninguém sabia fazer... pra que aprender a fazer requeijão em casa? Tem baratinho em qualquer supermercado em qualquer cidade do Brasil...

É mas pra quem mora fora do país a realidade é diferente, sentimos falta de casa, família, dos amigos... então a única lembrança possível de reproduzir é a comida. Ir ao supermercado e não encontrar um abraço sabor requeijão por 3 reais é um pouco decepcionante mesmo, concordo com minha prima.

Assim sendo divulgo aqui para os meus amigos que moram fora a receitinha fácil de requeijão... e também aos residentes no Brasil interessados em encontrar um jeito fácil e saudável de comer requeijão sem conservantes.

Hoje em dia alguns produtos industrializados perderam tanto a qualidade que colocam farinha, amido de milho nas receitas para engrossar o produto. Que feio! O requeijão não precisa disso, deve ser um produto Gluten Free!!!!

A minha busca pelas origens (Brasil) fora das origens (Austrália) não vai parar por aí, ainda  vou produzir o requeijão de fazenda, espera só até eu achar uma fazenda com leite fresco...

Após algumas várias tentativas ele chega fácil... Em 15 minutos se faz 300mL de requeijão.

Ingredientes:
1 litro de leite quente
5 colheres de sopa de vinagre branco
130ml de leite frio
2 colheres de sopa de manteiga
½  colher de sopa de parmesão ralado
1 colher de chá de sal

Modo de fazer:
Leve o leite ao fogo em uma panela até o ponto de fervura. Desligar o fogo, adicionar o vinagre, mexer gentilmente até que o leite coagule por completo.

Coar a parte coagulada do leite, espremer para drenar bem o soro e então descartar o líquido. O creme branco coagulado drenado é ricota fresca!

Até vai uma dica dá pra fazer ricota aromatizada com ervas, canela ou qualquer outra idéia! Jeito fácil de fazer ricota cremosinha e deliciosa!

Bater no liquidificador essa ricota com o restante do leite frio, a manteiga, o sal e o parmesão.

Fatores de sucesso da receita:
- Ao colocar no liquidificador, sempre coloque o líquido no fundo, depois adicione a ricota, manteiga e o restante.
- Deixe bater por 3 a 4 minutos. Vai fazer barulho mas vale a pena, quanto mais bater, mais cremoso fica!
- Coloque em um potinho e deixe resfriar na geladeira por no mínimo 2 horas.

Repeti a receita muitas vezes antes de publicar, testei diferentes ingredientes e proporções até que cheguei nos números corretos. Afinal o que é cozinhar se não um grande exercício de matemática?

Então a última e mais precisa receita do requeijão dei de presente pra minha prima inspiradora da pesquisa e do post!!!


domingo, 2 de junho de 2013

De Blogueira a Colunista - com Adriana Avelar


Estou muito muito feliz! Após dois anos escrevendo no meu blog que já chegou a quase 20 mil visitas chegou um grande convite: assumir a coluna Direto da Cozinha do jornal O Estado RJ!

Estou irradiante!!! Acho que fiz um bom trabalho por aqui, aprendi, me desenvolvi muito e hoje estou pronta para assumir uma coluna. Esse foi um trabalho completamente auto-didata, eu comecei sem experiência nenhuma, sem pretenção nenhuma registrando o diário da minha paixão pela comida e com as estatísticas de visitas eu fui aprendendo dia após dia qual era o gosto do meu público, o meu gosto por escrever e experimentar.

Recebi muitas críticas construtivas e destrutivas. Começando pelo nome pretencioso do blog “Chef Adriana Avelar”. No começo lá em janeiro de 2011 sofri muitas críticas do tipo: “mas você não é chef, pode se intitular assim?” Não sei se posso ou não, blog é livre, internet é livre, se eu não me intitular ninguém irá saber onde quero chegar e do que se trata o blog, esse era meu pensamento na época. 

Eu também me questionava sobre me chamar de “chef” pois já tinha lido várias críticas de chefs quanto a aprendizes que se intitulam chefs. Me questionava sobre meu futuro, estaria eu sendo precipitada e lançando na internet informações que poderiam ser condenadas posteriormente? Tinha medo do futuro mas como “malaca” que sou, resolvi dar as caras e desbravar...

Me colocando lá no passado janeiro de 2011 quando a flor desabrochou e a batalha começou eu queria só ser chef! Trabalhei duro, mostrei trabalho daqui e dali e em abril deste mesmo ano o desejo de ser chef se realizou, fui chef do Espaço Gourmet da Uai Tche por alguns meses, fiz o jantar para o Pelé, aprendi muito sozinha e com aqueles que me cercavam. Eu tive a grande sorte de ter como chefe um grande inspirador, Alexandre Santana. Eu não tinha nenhuma experiência, nunca tinha trabalhado como chef, tudo que eu tinha era uma grande vontade e um tempero bom. Ele era o dono do estabelecimento, acreditou em mim, me colocou desafios enormes e me incentivou muito! Dizia que a paixão estava estampada nos meus olhos, que era impressionante o quanto eu brilhava quando estava cozinhando e servindo.

Agradeço muito a ele e a todos que estiveram ao meu lado neste começo. As doces palavras do Alexandre me fizeram ver que eu realmente tinha um talento e por isso eu decidi que queria aprender com grandes chefs, aprender sozinha demoraria anos que eu não tinha, o tempo era curto, tinha que correr. Ser chef ali dentro da minha zona de conforto não era o que eu desejava, queria saber realmente como funcionava uma cozinha profissional, eu não queria ser uma “chef dona-de-casa” queria ser uma profissional, reconhecida por talento e muito estudo! Fui trabalhar no Hotel Presidente de Uberlândia, com o único chef reconhecido da cidade na época.

Também outra oportunidade em que eu aprendi muito! Muito mesmo! Aquela passagem foi essencial e foi nela que decidi que aprender com um chef era bom, ser “pupila” de alguém era algo muito especial mas que se eu queria ser grande, não deveria ser sombra, deveria ser luz! Então ao invés de aprender com alguém com muitos vícios e talvez conceitos errôneos, eu deveria ir a escola, lá sim eu teria os conceitos certos e poderia seguir mais adiante.

Eu ainda tinha o título de engenheira, fui astuta no momento, em outubro de 2011 voltei para São Paulo e fui ser engenheira, era o que me daria capital necessário para ir a uma grande escola. Neste momento eu já era apaixonada pela Julia Child e já queria mesmo fazer Le Cordon Bleu.

Fucei daqui e dali e descobri o instituto The Culinary Trust, que dava bolsa para o Le Cordon Bleu. Tudo que eu deveria fazer era escrever uma carta falando meus “Culinary Goals”. Bom... poderia ser fácil fazer sozinha mas eu mesma não sabia quais eram meus objetivos na culinária, não conseguia concentrar todos os meus anseios em uma folha de papel. 

Fui buscar ajuda, procurei um professor que tinha ajudado meu cunhado a fazer a carta para o MBA dele. Era caro, bem caro cada aula, mas eu ganhava bem e acho que todos os esforços valeram a pena. Conheci então John Amacker, um professor de inglês! Na minha primeira reunião com ele, ficou bem claro que ele nunca tinha feito isso na vida, mas estava disposto a tentar, obviamente cobraria pelos serviços mas como nunca tinha feito, ele não sabia se iria funcionar. Era a minha única alternativa! De novo resolvi tentar! Acabei encontrando ele como um professor de inglês “mascarado”, na verdade ele é descobridor de sonhos! O inglês é a ferramenta que ele usa, mas por trás de cada aula tem uma grande conversa sobre sonhos, anseios e o John com sua grande experiência com escrita, teatro, vida contribuiu para a construção do meu sonho. 

Foram noites e noites em claro elaborando pedaços de texto que eu levava para discutirmos e assim juntos conseguimos colocar todos os meus sonhos em uma folha de papel! Ao final daquele trabalho eu estava muito orgulhosa e confiante de que não tinha nenhum candidato mais forte do que eu para aquela competição por $10 mil dólares da bolsa do Basic Cuisine do Le Cordon Bleu Sydney. Eu estava certa: em maio de 2012 fui premiada com uma bolsa de estudos completa!

Mais uma vez o destino me mostrava o caminho que deveria seguir! Por mais que o dinheiro que eu ganhava como engenheira fosse bom, o meu coração e todos os fatos ao meu redor me levavam a ser chef.

Em janeiro de 2013 me mudei pra Sydney para finalmente cursar Le Cordon Bleu. Me maravilhei... encontrei meu lugar! Participar daquele curso por 9 semanas foi o melhor presente que eu poderia receber! E olha que quem me deu o presente nunca tinha me visto cozinhar, nunca tinha provado meu tempero... novamente meu olhar brilhante, sorriso e paixão conquistaram corações e territórios!

Ainda estou em Sydney trabalhando duro, me aprimorando diariamente e cada dia mais próxima da cozinha! Tive a grande sorte de encontrar por todo o meu caminho pessoas de luz que souberam olhar meu talento e me inspirar de forma única!

E enquanto tudo isso acontecia na vida lá fora, eu continuava aqui firme e forte no blog, algumas vezes não tão assídua, outras não tão positiva e confiante, mas ainda assim insisti, persisti e agora o blog virou coluna e eu virei colunista de jornal! Muito muito bom! Tenho certeza de que farei um grande trabalho nesse jornal e que dele muitas e muitas novas portas vão se abrir.

Lá atrás em janeiro de 2011 eu queria ser chef, acho que eu ainda não sou e talvez eu nunca venha a ser realmente uma chef tradicional, chef de um restaurante, mas tenho certeza de que sempre carregarei o título que move minha paixão! Chef Adriana Avelar é um nome e tanto e confio que o trabalho de um chef vá muito além de chefiar uma cozinha, pra mim o conceito de um grande chef está na frase da Cora Coralina “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Na minha visão um chef feliz é aquele que tem conhecimento, consegue transmiti-los mas nunca deixa de aprender... somos artistas, tempero bom não é uma aptidão desenvolvível, ou se tem ou não se tem, paixão segue o mesmo princípio! Tenho então bom tempero e paixão por aquilo que cozinho, quem tem o direito de dizer que não serei chef? Ou que não sou? Me desculpem aqueles que não conseguem enxergar, mas sou uma guerreira, estou lutando bravamente por este título e as minhas conquistas são somente resultado de todo esse trabalho que me orgulho muito!

A partir de agora irei mesclar bastante a coluna com o blog, pretendo publicar aqui todas as postagens do jornal e mais um pouco... porque tem coisas que só posso contar ao meu diário!

Obrigada a todos por me seguirem e acompanharem nessa luta! Espero que todas as inspirações que eu tive sirvam de exemplo para meus seguidores e amigos que me acompanham aqui no blog.

E a batalha só começou, tem muita conquista por vir: força, paixão e confiança!