quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Meu primeiro dia de trabalho em Sydney!!!


Meu primeiro dia no Black Pony foi em 26/01/2013. Eu entrei e a chef Nicole me apresentou Dylan, um cara moreno, suado, vestido de chef com os olhos claros estalados olhando para mim, um gato! Era o sub-chef do restaurante, também dono como ela. Conversamos por alguns minutos, ela fez uma pequena entrevista sobre minha carreira e objetivos, me falou sobre o restaurante, que éramos somente 4 pessoas na cozinha, assim poderia adquirir mais confiança e responsabilidade, dependeria somente da minha capacidade de memorização e agilidade. E assim eu comecei, memorizando e anotando tudo que via e pensava... um dia serei como ela, uma chef incrível certa do que é e do que quer!

Dam é o ajudante de cozinha mais experiente por lá, está com eles ha 4 meses e entende de todo o funcionamento do restaurante, um garoto inglês bem inteligente e esforçado, acabou de se formar na Inglaterra após 7 anos estudando gastronomia. O povo britânico tem uma regalia na Austrália de ter visto de trabalho por um ano e por isso veio pra cá fazer um dinheiro e se divertir. É ele que vai me ensinar tudo. A Chef fará uma viagem de 12 dias e Dam assumirá posto de chef, por isso quanto mais cedo ele me treinar, melhor para ele.

Eu tive a oportunidade de conhecer muitos chefs não só brasileiros mas também de outras nacionalidades, então agora um pouco mais vivida é fácil perceber onde começa a arrogância de cada um. Ainda não encontrei o ponto da Nicole, ela até o momento foi sempre humilde: limpou o chão com a equipe no final da noite, me falou o processo de produção de exatamente tudo o que eu perguntei com a maior paciência, conta sua história sem arrogância ou pretensão.

Vi no Brasil poucos chefs que faziam parte da linha de produção, se colocavam nos devidos postos, trabalhando do início ao fim, até o úlitmo cliente. No Black Pony isso acontece aos finais de semana com os dois chefs comandando a cozinha, mas durante a semana sempre tem um chef, isso é muito bom!

Um dos problemas do Brasil que eu acho é este: um cara sonha em ser chef para abrir um restaurante, mas ele não quer  pagar por outro chef, por uma boa gerente para lhe cobrir a parte administrativa e não quer também pagar bem os funcionários. Isso só tende a prejudica-lo porque a parte administrativa vai demandar mais tempo que o necessário e ele não vai conseguir garantir a qualidade da cozinha e... um dia ele quebra! E sai frustrado porque acha que gastronomia não dá dinheiro.

Voltando ao Black Pony, é um restaurante pequeno (46 lugares) mas de alta rotatividade. A equipe é bem gente boa e unida. Cozinha quente bem pequena mas bastante funcional, ao final de cada turno, guardamos e organizamos os alimentos para guarda-los em uma câmara fria que fica no andar de baixo, onde tem também uma cozinha fria de pré-preparo e saladas. Então a chef vai liberando um por um para pegar ou uma cerveja ou um vinho e subir para o sóton.  Esse é o momento em que rolam feedbacks ou ela conta parte da sua história, é um momento drink relax com a equipe. Cada um toma uma cerveja e pronto! Momento social perfeitamente feito, mas que faz toda a diferença na motivação!

O estabelecimento é um café, abre as 7 da manhã e fecha 10 da noite. Atende cerca de 250 pessoas/dia em dias úteis e aos finais de semana 250 pessoas por turno, ou seja, triplica a produção e venda. Os pratos do café da manhã são bem típicos australianos, com pão, abacate, tomate e quase sempre ovo pochê ou mexido. Mas a maior mania mesmo é pelo difícil ovo pochê. É uma tarefa bem difícil, a chef faz com perfeição, não sei como os outros da equipe fazem... no sábado e domingo que estive lá somente ela fez os ovos. No almoço serve-se praticamente sanduíche com conteúdo australiano. Tem saladas, massas e sanduiches, nada muito sofisticado porque pega parte do público do café da manhã, rola um “overshift” aos finais de semana, o café e almoço são servidos ao mesmo tempo a partir de 11hrs da manhã os clientes podem escolher pratos de ambos os cardápios. À noite os pratos são um pouco mais elaborados, são pratos mesmo com carne, peixe, massas elaboradas. O pré-preparo de tudo é feito durante a semana, aos finais de semana não dá tempo de fazer preparo, somente finalizar pratos e servir.

Sábado foi um dia longo, comecei às 9hrs da manhã e fui direto. Às 16hrs tive uma folga de 1 horinha e voltei às 17hrs e fomos até 22:30h. Domingo entrei às 10 e saí às 16hrs. É bem puxado, requer bastante pique, mas enquanto estive lá não senti o cansaço, tem movimento o tempo todo, ninguém fica ocioso. Isso é excelente, ainda mais quando comparado aos trabalhos que tive no Brasil, pois equipe ociosa é fofoca na certa! Isso torna o ambiente insuportável!

Algo que me admira em alguns chefs é a sensibilidade que eles têm quando um prato não está perfeito. A Nicole, chef do restaurante tem isso. Já logo no meu primeiro dia eu a vi segurar um prato sem motivo algum, somente o puxou da bancada e perguntou ao outro cozinheiro se lá estava X, ele disse “Sim”; ela perguntou Y: “Sim”. Ela colocou o prato novamente sobre a bancada e perguntou: e Z? “Oux sorry!” – ele disse! (Os ingredientes estão em X, Y e Z porque eu realmente entendo assim quando eles falam entre si!) O Z era uma mini frutinha dentro da panqueca... o cliente nem ia perceber... Não sei o que a fez brecar esse prato mas sei que quero um dia ter essa sensibilidade!

O que posso dizer agora é que tá tudo maravilhoso, aprendizados novos todos os dias!!! Estou amando tudo tudo!!! Curso maravilhoso, trabalho legal, praia, bike... delicioso!!!! Valeu Sydney pela oportunidade de conhecer pessoas e comidas fantásticas worldwide!!!

domingo, 27 de janeiro de 2013

Meu primeiro JOB em Sydney


Me disseram que aqui seria fácil arrumar trabalho na cozinha mas, sinceramente não achei que fosse ser tão rápido o quanto foi! No dia 23/01 eu entrei no site http://www.seek.com.au/ e me inscrevi em algumas vagas.

Daí eu já logo tive um retorno, no dia seguinte cedo o chef do The Apollo em Potts Point me ligou para fazer um teste, agendamos sábado dia 26. Potts Point é uma área refinada da cidade que, apesar de ser do lado da Kings Cross um bairro de drogados meio barra pesada, é muito bem freqüentado, principalmente por volta de 7 da noite quando o restaurante bomba! Um bom lugar para trabalhar, mas para aguentar o tranco teria de arrumar outro trampo de manhã!

Fiquei feliz da vida  com o convite para o teste, mas não relaxei. No dia 24 peguei a bike e fui pedalando até o Centro, depois eu ia para Dee Why visitar uns amigos brasileiros. Pelo caminho eu fui imprimindo mais CVs e deixando nos restauras que eu achava legais. Eu sempre pedia para falar com o Head Chef porque conversar é diferente de simplesmente deixar o CV.  Consegui falar com um Chef que ficou de me ligar na próxima semana, Cool! Agora é só esperar, dois empregos em vista, uhuuu!

Na sexta dia 25 eu tive aula. O dia foi um caos porque começou logo cedo com a “polícia” do trem me enchendo porque eu estava de bike, me fez pagar um bilhete a mais que custou o mesmo preço que o meu para ir com a bike até lá. AUD 5 essa brincadeirinha de mal gosto! Bom tudo bem, eu não sabia como era do outro lado, para ir do trem até a escola, então achei melhor levar a magrela e depois se fosse perto eu poderia deixa-la em Bondi Junction, onde pegaria o trem todos os dias. Bom, até aí tudo bem. Tinha ficado irritada com aquilo mas ok!

Peguei o primeiro trem e o problema é que tinha baldeação e eu não sabia como fazer e ainda com a bike... vixe, complicou! E foi justamente aí que o bixo pegou, saí de um trem, subi até um guardinha e perguntei qual plataforma passava o meu outro trem, ele indicou e eu fui. Entrei no trem correndo, me ajeitei com a magrela e tava feliz da vida. Eu deveria descer na sétima estação. Comecei a anotar coisinhas no meu caderno, fazer nada, na sétima estação olhei o nome e NÃO ERA a certa! Afe como assim?!?!? Fiquei puta com o guardinha, eu estava em Paramatta!

 Um bairro que só tem indiano, muita muita gente, o lugar cheira mal. Olhei no google maps e eram 11km até a escola, eu levaria cerca de 40 minutos pra chegar lá, no mínimo. Se eu pedalasse uma média de 20km/h (que na subida é foda atingir essa meta) eu demoraria 30minutos, não dava, eu ia ter de largar a magrela por ali mesmo e dar um jeito. Amarrei a bike num lugar meio escondido e rezei para que ninguém tocasse nela naquele lugar horroroso! Afê! Sorry dizer isso, mas eles tem mal cheiro, todos os indianos!

Daí brasileira como sou, achei que o ônibus ia demorar muito, peguei um taxi! IMBECIL na Austrália o ônibus é mais rápido do que o carro! Aqui não tem trânsito na linha do busão e ele tem hora pra chegar... enfim! Burrona gastei 35 dólares nessa porcaria que o cara não sabia chegar, errou o caminho a 2km da faculdade, eu falei, pára, saí do taxi e fui correndo até a escola. Cheguei 9:45am que VERGONHA! A aula era 9hrs!!! Fui até a secretaria pedi para assistir a aula de quinta-feira cedo para recompensar a que eu tinha perdido. Nada feito, não deixaram me enfiaram na sala às 10 da manhã e pronto. Ou seja, e daí que vc chegou atrasada? Pra nós tudo bem, perdeu 1 hora já... just this! Da próxima vez se programe melhor ou algo do gênero...

Assisti a aula, e o stress passou. A aula era sobre limpeza, segurança na cozinha. Foi legal, mas a grande mensagem da aula foi que os caras não vão ler tudo nem explicar tudo, eu tenho de correr atrás, ler, estudar antes da aula, porque além de não explicarem tudo, ainda tive bastante dificuldade com o inglês australiano, eles falam muito rápido, e com gírias e siglas. Tenho de aproveitar as aulas somente para aprender o que falam além da apostila, regras e fatos da prática.

A volta pra casa que também foi estressante, eu não conseguia achar o ônibus porque meu celular tinha acabado a bateria... enfim, achei, peguei o trem certo na volta e a bike no lugar certo e quando eu finalmente cheguei em casa, chorei!

Estava chorando quando um francês doido que mora no andar de baixo começou a gritar “Adriana, Adriana”  - Ele queria largar o trabalho e me indicou pra entrar no lugar dele. Marcou às 9:30pm para que eu conhecesse a chef.

Assim eu consegui meu primeiro emprego na Austrália. Obriamente dispensei o teste no sábado porque este era um emprego garantido com uma chef legal, uma equipe muito gente boa e com grande capacidade de aprendizado e localizado a 3 quadras da minha casa!

Dia 26/01/2013 foi meu primeiro dia de trabalho, sabadão pesado! De 9 da manhã até 11hrs da noite!!! Muito trabalho mas valeu a pena cada minuto!!! Então cheguei aqui 16/01, empregada em 26/01 – só não trampa quem não tá afim mesmo!!!!


Meu primeiro dia no Black Poney foi em 26/01/2013. Eu entrei e a chef me apresentou Dom, um cozinheiro que iria me ensinar tudo e então o Chef Dylan, um cara moreno, suado, vestido de chef com os olhos claros estalados olhando para mim! Passei mal!!!! Conversamos eu e Nicole sobre minha carreira e objetivos. Ela me falou sobre o restaurante, que éramos somente 4 pessoas na cozinha, assim poderia adquirir mais confiança e responsabilidade, dependeria somente da minha capacidade de memorização e agilidade. E assim eu comecei, memorizando e anotando tudo que via e pensava... um dia serei como ela, uma chef incrível certa do que é e do que quer!

A Head-chef é Nicole McIlwaine pode dar um google aí, a mulher é fera!!! Valeu Sydney pela oportunidade de conhecer pessoas e comidas fantásticas worldwide!!!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Welcome to Le Cordon Bleu Australia!

Coitada da minha colega de trabalho que na minha última semana no Brasil só ouviu esta frase umas mil vezes... Eu estava super ansiosa por vir e assumir o posto naquela bolsa que ganhei em maio/2012 http://chefadrianaavelar.blogspot.com.au/2012/05/ganhei-uma-full-tution-no-le-cordon.html

E a ansiedade não foi a toa, é a minha primeira experiência fora sozinha, by my own! Cheguei aqui no dia 16/01/2013, já começando o ano com o pé direito pisando em novo território. Cheguei e fui direto pra casa de uma prima super querida Camila Donda! A casa dela fica em Drummoyne - Sydney, ela mora aqui a 3 anos...

Ela me recebeu super bem, foi bem gostoso ter de novo contato com ela, não nos víamos há 20 anos! Bom foi que rolou uma super vibe positiva dos dois lados ela querendo me reencontrar e me ajudar a me estabelecer aqui.

Daí logo no dia 17 já comecei a procurar moradia, passei quinta e sexta o dia todo ligando pra todos os anúncios que eu via em sites por aqui... Mas sei lá os caras colocam anúncio e esquecem de tirar daí todos já estavam ocupados ou eram horríveis, cheguei a chorar de desespero na sexta-feira dia 18 quando fez 46ºC em Sydney e eu estava no centro da cidade pingando daí  fui a um apartamento de um brasileiro que cuida de 20 apartamentos em Piermont, um bairro próximo da City (o nome do centro aqui). Simplesmente o cara colocava 8 negos pra morar em um apê de 2 quartos! Duas beliches por quarto e só um banheiro na casa... NÃO DAVA! Mas o que me assustou mais foi saber que morar nesse lixo mega nojento com soutiens misturados a pizzas foi que custava AUD 175 por semana. O dólar australiano está valendo mais ou menos R$2,40. Uau, como assim??? Se morar com essa galera toda custa essa grana imagine morar com menos gente? Afe! Desespero!

Mas no sábado saímos eu e a minha prima pra procurar algo, encontramos uma que parecia bem legal em um bairro chamado Glebe que tem vários restaurantes e fica no meio do caminho entre a praia e o centro da cidade. Fiquei super Excited pra visitar, era pra ter um quarto só pra mim, dividir com mais uma pessoa o apartamento, custava AUD200 por semana. Bom, o problema era essa outra pessoa... hahha cheguei lá era um senhor asmático de 61 anos... tadinho... ele era sozinho mas na boa, dividir o banheiro com ele e viver ali naquele lugar escuro não é o que desejei para mim em Sydney. Hahah se for contar todos os lugares que olhei vou escrever um post inteiro sobre isso... teve uma japa nojenta que não queria cheiro de comida em casa e queria que eu deixasse meu passaporte com ela, estava com receio que eu fosse ilegal... ah na boa! Forget it!

A minha sorte foi que junto nessa andança toda estava a Talitha, uma brazuca amiga da Camila que me indicou um cara que tinha vaga na casa dele em Coogee, uma praia. Eu precisava deixar a casa da minha prima até no máximo segunda-feira porque a família dela estava por chegar e não teria mais lugar pra mim... então aos 45 do segundo tempo, no domingo a noite eu vim visitar essa vaga em Coogee, gostei e pronto, fechei! 

Ao final saiu mais barato que o apê nojento do Brazuca, tá me custando AUD 165 por semana, essa é uma grana boa para o que eu tenho agora. Divido apê com mais 6 pessoas, 2 por quarto. Em um quarto tem dois meninos, um brasileiro e um americano backpacker, no outro quarto tem 2 inglesas novinhas 22 anos e bem gente boa e no meu tem eu e uma coreana que deve ter seus 26 anos está aqui para estudar e trabalhar. É um predinho de 2 andares de um mesmo senhor John, cada apartamento vivem 6 pessoas, somos 24 no total, gente do mundo todo, bem legal. Então problema de casa resolvido! Dormi minha primeira noite aqui no dia 21, segunda-feira.
Praia de Coogee

Praia de Coogee
Já no dia 22, terça-feira eu tive meu primeiro contato com a escola e foi DEMAIS!!! Peguei o bus aqui às sete da manhã e 8:30am estava lá a postos, na frente da escola. Me orientaram a entrar e confesso que me assustei, eu era a única na fila de inscrição que não tinha o olho puxado hahah um bando de coreano, impressionante! Todo mundo novinho, recém saído da escola... a sorte é que meu corte de cabelo agora me deixou parecendo mais nova não pareci tão estranha ao mundo deles... Daí depois de todas as inscrições, eles chamaram para um auditório. Eu, nerd como sou, sentei na primeira fileira e fiquei babando em tudo que apresentavam.

Foi um dia todo de apresentação, começaram apresentando a parte administrativa da escola que tem uma infraestrutura de tirar o chapéu! Eles oferecem desde aulas de conversação em inglês para os estudantes até coaching e ajuda para colocação no mercado, acompanham todos os passos do aluno. A parte da manhã foi tomada por isso. Então por volta de 11:30h apresentaram os nossos professores, que nos levaram para um tour pelo prédio, cozinhas maravilhosas super equipadas, ao todo são 16 cozinhas, várias salas de aula, uma sala de demonstração... enfim uma estrutura gigante! De lá fomos experimentar o uniforme, ao final do dia deveríamos busca-lo já no tamanho certo junto com os demais equipamentos.

Lunch time! Esperava por uma comida maravilhosa... estava gostoso mas nada UAU! Tinham algumas coisas australianas tipo uma salsicha, uma salada esquisita... deixei de lado comi um salmão que estava maravilhoso! No Brasil os babacas diriam que estava cru, mas não, estava no ponto certo óbvio eu estava no Le Cordon Bleu almoçando! Hehe óbvio que este é o ponto do peixe!

No almoço eu conheci mais 2 brazucas fazendo o curso, um é um garoto que já trabalha aqui a 4 anos começou lavando louça, pegou gosto pela cozinha e quis fazer o curso... A outra é uma ex-advogada de 36 anos que como eu resolveu tentar uma nova vida, leve e feliz na cozinha!

De volta ao auditório vieram os chefs para se apresentar. Todos pareceram uns fofos! Pode ser que esta tenha sido a primeira impressão mas acho que aqui o ego dos chefs é menor que no Brasil... eles foram muito simpáticos, nos contaram suas histórias e o que eles pretendem com cada turma. Nosso sucesso é a satisfação e sucesso deles, essa foi a parte que mais me chamou a atenção. Eles se colocaram prontos a nos ajudar em qualquer situação, seja de problemas financeiros, de problemas de saúde ou dificuldades no aprendizado, colocaram-se prontos para o que fosse necessário. AMEI!

Ao final desta apresentação que durou umas 2 horas, fomos pegar os equipamentos, um jogo incrível de facas Wüsthof e mais algumas outras coisinhas que me custaram nada menos do que AUD 2450. Mas valeu muito a pena, cada centavo investido nestas facas...

Daí então eu voltei pra casa com quase 6kg de facas para carregar mais quatro apostilas gigantes e 3 uniformes com lenços e panos de cozinha. Estava de bike... não ia conseguir carregar, então tive de esperar até às 20hrs quando o movimento do ônibus está bem fraco para que me deixassem entrar no ônibus com a bike e tudo aquilo que eu tinha pego na escola... No final como sempre deu tudo certo, meu dia foi maravilhoso, a minha estada na Austrália está maravilhosa!
Eu e Cintia a brasileira ex-advogada nova colega de turma!!!
Terei aulas de segunda a quarta-feira, uma escala de horário bastante rigorosa. As aulas começam às 9 horas pontualmente com uma aula teórica até 11:00h da manhã. Daí de 11:30h até 14h tem a aula Demo, em que o professor irá demonstrar o que iremos cozinhar. E a partir das 14:30h os alunos entram na cozinha para replicar a Demo e só saem quando terminarem, algumas vezes 10, 11horas da noite. É um curso bem pesado! As aulas deveriam começar na próxima semana mas segunda-feira é feriado, então na sexta teremos a aula da segunda. E voltaremos na terça-feira.

Hoje foi meu primeiro dia livre, por isso o primeiro post! Passei o dia fazendo burocras de banco e número de trabalho e lavando roupas e etc... enfim, dona de casa! Logo mais pego a magrela e vamos até bondi beach uma praia super gostosa aqui perto. Aqui anoitece muito tarde, 8:30h da noite, isso é ótimo assim dá pra curtir bastante o dia!

E assim começa agora uma seqüência de posts australianos! Bem vindos à minha nova cozinha brasileira-australiana-francesa!!! Uhuuu vamo que vamo!!!

Obs: desculpem a ausência de fotos do Le Cordon Bleu, eu não tirei mesmo, fiquei tímida... haha sei que é estranho dizer mas não tive coragem de tirar a camera da bolsa...

domingo, 6 de janeiro de 2013

E o que tem no Pote do Rei???

Era um sábado, 5º dia do ano, eu estava apreensiva com a viagem e com todas as pendencias a resolver antes de passar 5 meses na Austrália, quando recebi a incumbência de levar um amigo a um local “simples, intenso e singular”. O primeiro lugar que me veio a mente diante daquela descrição era a Casa da Li, para mim a comida servida lá é a tradução do conceito de Confort Food, os pratos nos abraçam! Mas infelizmente estava fechado nesta data.

Então eu me lembrei da promoção que eu tinha do Mastercard que é muito boa: a pessoa imprime um voucher no site, escolhe um dos restaurantes da lista, liga no Concierge da Mastercard e com um excelente atendimento ela agenda uma reserva no restaurante. Chegando ao estabelecimento, entrega o voucher e o ele dá um desconto no valor do maior prato da mesa. Esta promoção para ser aproveitada a dois é ótima!

Procurando por um restaurante na lista vi O Pote do Rei, um nome bastante pitoresco que já tinha me chamado a atenção antes. Agendei e fomos almoçar.

Sentada naquele restaurante eu me senti fora de São Paulo, eu estive por duas horas fora do caos! O ambiente ajudou bastante, mas foi todo o contexto que me fez dessa uma experiência gastronômica misturando emoção, aroma, sabor, perfume e saudade.

Uma enorme árvore que no interior do restaurante dá um ar de quintal para a área externa, as cadeiras de ferro com estofado plastificado nos tons pastéis dá o toque final ao ambiente aconchegante de casa de vó. Eu voltei mentalmente a Ituiutaba, no quintal da casa da vovó Maria, minha referência de conforto.

O site do restaurante conta que o nome foi escolhido em referência a uma lenda portuguesa popular que diz que todo rei tinha um pote secreto onde guardava seus tesouros, ficava escondido aos olhos dos súditos.

Meu último post aqui no blog aborda essa questão da colonização, dos costumes da Nobreza portuguesa ainda estarem muito presentes no nosso cotidiano. A minha sensação ali, como brasileira, como "súdita" que fui, o fato mais importante era estar dentro do Pote do Rei e poder me sentar e ser servida como um membro da Nobreza Real. 

O serviço marchou impecavelmente. Os homens bem vestidos com bloquinho de notas se aproximavam delicadamente da mesa nos momentos certos, proporcionando a devida privacidade a nós, convidados de honra como parecíamos ser tratados e respeitados.

Todos os alimentos também pareceram receber este mesmo tratamento. Os pratos estava maravilhosos: a entrada foi uma salada com aspargos grelhados e folhas diversas, molho ceasar. Prato principal eu comi polvo com batas ao murro, o ponto dele estava perfeito e das batatas, montaram um purê um pouco desconstruído, incrível. Dispensamos a sobremesa.

A marcha da salada para o prato principal foi um pouco demorada, nós conversamos bastante durante a entrada. Neste momento ficou claro o grandioso trabalho que salão e cozinha faziam ao estarem devidamente conectados. Os garçons estavam atentos aos movimentos dos convidados com o objetivo de lhes proporcionar maior prazer possível.

Tivemos um prazer enorme em almoçar no O Pote do Rei! Rua Joaquim Antunes, 224 - Pinheiros, SP

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

BACALHAU da virada!

Estava em Floripa conversando com amigos sobre pratos de final de ano, notei que no Sul do Brasil bacalhau é um ingrediente muito frequente em festas de Reveillon. Então me surgiu que não é só no Sul, que em todas as regiões mais nobres do Brasil e as famílias da alta sociedade comem bacalhau. A dúvida: por que o Bacalhau nesta époaca no Brasil? E na Páscoa, no Natal? Qual é afinal o significado disso? Comer Bacalhau tem algo a ver com Renovação? Ressusseição? Nascimento? Ano Novo? Xis!

Primeiro é importante contar que o peixe Bacalhau não existe, o que existe é o processo de salga, ele tem o diferencial de conservar as propriedades de um peixe fresco, por isso é chamado de bacalhau!

Em geral são utilizados 5 tipos de peixes na confecção do bacalhau:
- Cod Gadus Morhua – pescado no Atlântico Norte
- COD Gadus Macrocephalus – pescado no Pacífico Norte
- Saithe – carna mais escura, especial para desfiar
- Ling – carne clara, ideal para grelhar
- Zarbo – menor, mas com boa rentabilidade culinária



O hábito de saborear o bacalhau no Brasil é herança da colonização portuguesa. O pescado foi descoberto no final do século XV durante as Grandes Navegações, quando eles procuravam um tipo de carne que não se estragasse durante os longos meses de viagem. Para garantir a conservação, salgavam o pescado.

Antes disso, apenas os habitantes de países como Noruega, Islândia e Canadá o conheciam. Então após a colonização, comer bacalhau no Brasil era um luxo da Nobreza. Em situações especiais comemos bacalhau para inconscientemente parecermos nobres. Que curioso!

Por muitos anos o ingrediente que está à mesa determina a classe social. É claro que uma mesa de uma família simples hoje tem um frango assado e festejam como se fosse único. Basicamente temos em mente que o que fizermos no primeiro dia do ano se repetirá por todo o ano! E por isso gastamos e investimos nessa noite, pois deve ser a "melhor-tratada"do ano!

Começar o ano comendo uma carne nobre, passará o ano todo comendo-a também. Sorte, fortuna, estes são os significados de bacalhau no Ano Novo, acredito eu!


Feliz Ano Novo! Boas realizações em 2013!!!! Bom Bacalhau pra todos!!! Mesmo que o prato seja um frango assado ou um risoto simples, que seja o Bacalhau!