domingo, 6 de janeiro de 2013

E o que tem no Pote do Rei???

Era um sábado, 5º dia do ano, eu estava apreensiva com a viagem e com todas as pendencias a resolver antes de passar 5 meses na Austrália, quando recebi a incumbência de levar um amigo a um local “simples, intenso e singular”. O primeiro lugar que me veio a mente diante daquela descrição era a Casa da Li, para mim a comida servida lá é a tradução do conceito de Confort Food, os pratos nos abraçam! Mas infelizmente estava fechado nesta data.

Então eu me lembrei da promoção que eu tinha do Mastercard que é muito boa: a pessoa imprime um voucher no site, escolhe um dos restaurantes da lista, liga no Concierge da Mastercard e com um excelente atendimento ela agenda uma reserva no restaurante. Chegando ao estabelecimento, entrega o voucher e o ele dá um desconto no valor do maior prato da mesa. Esta promoção para ser aproveitada a dois é ótima!

Procurando por um restaurante na lista vi O Pote do Rei, um nome bastante pitoresco que já tinha me chamado a atenção antes. Agendei e fomos almoçar.

Sentada naquele restaurante eu me senti fora de São Paulo, eu estive por duas horas fora do caos! O ambiente ajudou bastante, mas foi todo o contexto que me fez dessa uma experiência gastronômica misturando emoção, aroma, sabor, perfume e saudade.

Uma enorme árvore que no interior do restaurante dá um ar de quintal para a área externa, as cadeiras de ferro com estofado plastificado nos tons pastéis dá o toque final ao ambiente aconchegante de casa de vó. Eu voltei mentalmente a Ituiutaba, no quintal da casa da vovó Maria, minha referência de conforto.

O site do restaurante conta que o nome foi escolhido em referência a uma lenda portuguesa popular que diz que todo rei tinha um pote secreto onde guardava seus tesouros, ficava escondido aos olhos dos súditos.

Meu último post aqui no blog aborda essa questão da colonização, dos costumes da Nobreza portuguesa ainda estarem muito presentes no nosso cotidiano. A minha sensação ali, como brasileira, como "súdita" que fui, o fato mais importante era estar dentro do Pote do Rei e poder me sentar e ser servida como um membro da Nobreza Real. 

O serviço marchou impecavelmente. Os homens bem vestidos com bloquinho de notas se aproximavam delicadamente da mesa nos momentos certos, proporcionando a devida privacidade a nós, convidados de honra como parecíamos ser tratados e respeitados.

Todos os alimentos também pareceram receber este mesmo tratamento. Os pratos estava maravilhosos: a entrada foi uma salada com aspargos grelhados e folhas diversas, molho ceasar. Prato principal eu comi polvo com batas ao murro, o ponto dele estava perfeito e das batatas, montaram um purê um pouco desconstruído, incrível. Dispensamos a sobremesa.

A marcha da salada para o prato principal foi um pouco demorada, nós conversamos bastante durante a entrada. Neste momento ficou claro o grandioso trabalho que salão e cozinha faziam ao estarem devidamente conectados. Os garçons estavam atentos aos movimentos dos convidados com o objetivo de lhes proporcionar maior prazer possível.

Tivemos um prazer enorme em almoçar no O Pote do Rei! Rua Joaquim Antunes, 224 - Pinheiros, SP

Um comentário:

  1. Tudo verdade! Dri, muito legal esse olhar chef sobre um almoço entre amigos! Quem olha o processo a partir da mesa, com olhos de comensal, nem sempre percebe o concerto que está rolando logo ali. Que viva e prospere esta arte e seus artistas !

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