No último sábado tive oportunidade de reviver algumas
horinhas da minha infância. Estive na Fazenda Brumado, deliciosa fazenda da
minha família por parte de mãe em que nós passávamos na infância todas as
férias de janeiro e julho.
Estava deslumbrada de rever todos aqueles detalhes,
sorrindo, mas quando cheguei em frente ao fogão a lenha, não aguentei, me emocionei
e chorei como criança.
Ter fazenda dá muito trabalho e fazer sair dinheiro de lá
não é fácil, por isso minha mãe acabou alugando para o Miltinho, um moço uma
gracinha que cuida direitinho da fazenda, com muito carinho!
Ele tem uma chocadeira elétrica, pega os ovos que suas
galinhas põem e leva para chocar, por 37 dias, conforme orientação. Depois os
pintinhos vão para uma gaiolinha com comida até ficarem grandinhos e poderem ir
para o puleiro. No puleiro eles crescem soltos, com a porta aberta, ele só
serve para comida. Então ao final do dia o Miltinho chama todos os franguinhos
com comida e dormem todos juntos nessa hora fechadinhos para evitar raposas. É
um cuidado diário que ele tem com estes frangos, mas são todos para consumo
próprio, ele não vende só consome.
Chocadeira elétrica
Guia para operar a chocadeira
"Miltinho" explicando como funciona e o filho só aprendendo tudo!
Como é fácil manusear, leve, "Miltinho" mostra
Os pintinhos vão então para o puleirinho.
Com bastante sol, comida e água
Quando ficam maiorzinhos são soltos até 8 meses, hora de comer!
OUTRAS FOTINHOS DA FAZENDA
Plantação de Sorgo (alimento para gado)
Será que bate sol na casa?
Achei lá minha escrivaninha, com marca registrada! hahah
Córrego que leva até o monjolo que era nossa casa de brinquedo
Eu descobri o Heston Blumenthal quando morava em Uberlândia
em 2011. Eu trabalhava no Hotel Presidente e tinha serviço de quarto 24horas,
isso exigia uma cozinheira noturna que era a Nalva, mas ela também precisava
folgar, então eu cobria as folgas dela que eram aos domingos.
Parece sacrificante entrar às dez da noite de domingo e sair
às seis da manhã de segunda-feira, passava a noite acordada a espera do
telefone, sozinha naquela cozinha enorme. Mas eu não achava ruim na verdade, eu
curtia porque era o momento que eu tinha liberdade na cozinha, com todos os
ingredientes a disposição, podia inventar o que quisesse treinar, criar, tudo! Eu
estava na cozinha, não tinha internet, não podia usar o computador, então eu
descobri a TV a Cabo e o Heston! Aos domingos tinha um canal (não me lembro mais
qual) fazia uma retrospectiva da semana do programa dele durante a madrugada,
começava a 1 da manhã, eu adorava! Só ficava brava quando o telefone tocava e
eu tinha de preparar algum prato durante o programa! Além de noites divertidas ao lado de Heston,
por trabalhar na madrugada eu tinha direito a um dia de folga a mais na escala.
O primeiro programa que eu assisti foi o Victorian’s Feast, era
um jantar especial Alice no País das Maravilhas, uma clássica novela victoriana.
Tem umas amostras no You Tube de pirar... Vou colocar todas aqui, no final do
post.
Antes quero contar um pouquinho da história desse cara que
sou super fã. Ele é auto-didata, que sonho! Fez um único estágio que durou 3
semanas, logo depois abriu o estrelado The Fat Duck. Mas antes disso ele passou
duros 4 anos estudando, testando e repetindo todas as receitas da culinária
francesa.
Ele é ótimo, o que mais gosto nele é o efeito de produzir
risadas. Ele transmite felicidade às pessoas, levando-as a um novo contexto,
ele tem o dom de tirar as pessoas do seu espaço e tempo, provocando risadas
naturalmente. Acredito que a satisfação de Heston está justamente na reação dos
convidados, ele tem uma mini tv na cozinha que assiste “gargalhando” às
surpresas que instiga nos comensais.
Heston toca as pessoas. Isso é gastronomia: transmitir amor
através da comida. Vejo este chá da tarde que ele fez para o programa como uma exposição
de arte, Heston expõe todo o amor que tem pelo trabalho que faz e transmite
isso a cada bocada.
Os chefs que eu já tive oportunidade de conhecer até hoje
buscariam um ou dois pratos e fariam um jantar comum, acho que até eu faria
assim... na mediocridade da minha imaginação. Mas Heston foi estudar absolutamente
tudo da época da Rainha Victoria, ele identificou o chá da tarde em Alice no
País das maravilhas como o pivot e então chamou uns convidados e criou todo um
contexto e fez os comensais se sentirem dentro de um livro infantil, a mais pura food experience!
Heston é um chef completamente apaixonado por resgatar
sentimentos no ato de comer. Não preciso dizer que um dos meus sonhos é
trabalhar com ele né?
Esse cara é demais! O melhor chef do mundo na minha opinião!
Ele já foi classificado como 1º na lista que está o nosso brasileiro Atala,
hoje Heston está em 12º lugar no Ranking, o The Fat Duck tem 3 estrelas Michelin
e é uma pena que não tenha uma competição que possa premiar os chefs além do
restaurante, em seus outros trabalhos de pesquisa e divulgação de sua arte, tenho
certeza que Heston estaria em primeiro!
Agora os meus vídeos prediletos do Heston:
Programa Victorian’s Feast
No primeiro programa que assisti, Heston reconstruiu
a história do “chá da tarde de Manhatham”, como ele chamou o evento que se
passa no livro Alice no País das Maravilhas como sendo o clássico chá da tarde.
Os comensais foram recebidos com espumante em um país das maravilhas do Heston,
um jardim verde com uma única mesa grande ao centro. De dentro da cozinha
Heston assiste a reação das pessoas, eles começam a rir “sem motivos” já começam
a se sentir no jardim de Alice:
Deste vídeo é incrível porque você pode dele assistir aos 4
pratos: Drink me potion; Mad Hatter tea; Edible Garden; Absinthe Jelly.
Drink me potion: esse video é maravilhoso, o Heston coloca 5
sabores em um mesmo drink cor de rosa: caramelo (toffee), torradas com manteiga
(hot buttered toasts), creme de confeiteiro (custard), torta de cereja (cherry
tart), e por último peru (turkey).
Incrivel assistir à preparação:
E
também à reação das pessoas:
O restante dos videos vou colocar só o link do you tube porque não sei se o blog aguentaria toda a minha paixão pelo Heston:
Edible Garden: ele fez um jardim comestível, solo
comestível, um país das maravilhas inteiro comestível. Antes de levar ao
jantar, ele leva as ruas de Londres e recebe gargalhadas dos comensais.
Absinthe Jelly: ele descobriu que nesta época foi também
descoberto o vibrador, vendido em sex shops e fez uma gelatina vibrante ahhaha
cena hilária! http://www.youtube.com/watch?v=Jkm8Z2Y-cg0 (Heston's guests try absinthe
jelly)
Daí tem a temporada toda de HOW TO COOK
LIKE HESTON que sou apaixonada, já assisti a vários episódios, fico procurando
pra baixar mais na internet porque realmente é incrível assistir e testar!
Ontem eu cozinhei no II Evento da AGENDA WHITE. Tudo o que
posso dizer é obrigada pela oportunidade!
Pessoas iluminadas estão aparecendo na minha vida, trazendo
boas energias e novos conceitos! Sabe o que é? Eu decidi! Resolvi o que eu
quero: tenho a missão de revolucionar a gastronomia brasileira. E a partir do
momento que eu comecei a difundir o meu amor por esta missão, todos ao redor
começaram a se mobilizar nesta causa comigo. Agora o meu mundo conspira em prol
da gastronomia! Estou muito feliz de poder transmitir meu amor às pessoas ao
meu redor.
Eu já disse aqui várias vezes sobre o significado da comida
na minha vida. A comida une, abraça as pessoas e também faz as pessoas se
abraçarem. O Felipe meu amigo, toda vez que come algo gostoso que eu fiz, me
abraça! Sinto que algumas pessoas, mesmo que não me abracem fisicamente, fazem mentalmente.
E este conceito do abraço é o Slow Food. Resgatar os
conceitos da gastronomia, a história dos prato, como eram preparados,
utilizar produtos orgânicos, colhidos em seu tempo correto de maturação,
cuidado ao cozimento no ponto exato... E assim, por Carlo Petrini,
fundador do Slow food:
“É inútil forçar os ritmos da
vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas.”
Tive a oportunidade de conhecer Maria Helena, uma fofa, que apresentou
a mim e ao Felipe o movimento Slow Food, do qual nos demos conta que já
fazíamos parte, que nossos conceitos já tinham um projeto e eram difundidos.
Adoramos!!! Fotinhos de uma experiência total SLOW FOOD que tivemos no
II ENCONTRO DA AGENDA WHITE em São Paulo na Fazenda Villa Nova.
Acabei de comer o primeiro pedaço! Ficou maravilhoso! Valeu
cada minuto dedicado, porque olha a receita foi bem trabalhosa...
Eu quis reproduzir aqueles bolos que comíamos quando éramos
crianças, que eram geladinhos embrulhados em papel alumínio nas festinhas. Me
lembro somente do sabor coco, prestígio. Mas eu quis inovar porque o bolo é um
presente para um querido colega de trabalho, chefe, amigo e eu, não sabia se
ele gostava de coco. E também porque eu não páro quieta, fico mexendo pra lá e
pra cá inventando “moda” como dizem meus pais.
Poder oferecer como presente minha comida é a minha forma de
demonstrar carinho e afeto por alguém. O aniversariante de amanhã é um cara que
era carrancudo e agora é o cara que mais me defende dentro da empresa, é meu
chefe direto. Me perder é algo que ele não deseja de forma alguma, mas ele é
uma alma tão boa e pura que me incentiva a trabalhar com meus sonhos todos os
dias.
Ele então seria grande merecedor do cargo de “vítima” dos
meus laboratórios gastronômicos. Às vezes mostro as fotos e sinto que poderia
ter levado um pouquinho pra ele provar. Então como é aniversário dele, decidi
levar não só um restinho pra ele provar, mas toda a experiência como presente.
Eu fiz um bolo de chocolate normal, coloquei chocolate do
padre e um pouquinho de Ovomaltine pra dar um toque mais molhadinho. Fiquei com
medo de grudar no fundo, então já logo assei com papel manteiga embaixo.
Daí cortei ao meio e molhei uma metade bastante com uma
mistura de porções assim: ½ medida de leite de coco para 1 de leite condensado
e 2 de leite. Usei como medida ½ xícara, assim foi ¼ de leite de coco, ½ de
leite condensado e 1 de leite.
Passei uma camada de nutella, adicionei morangos picados em
micro cubinhos e coloquei a outra metade da massa por cima, esta já estava molhada
por baixo porque precisava que um dos lados estivesse seco para receber a
nutella.
Esquentei a nutella em uma frigideira, ela fica mole, bem
maleável, daí cobri toda a superfície do bolo com a nutella quente. Ralei
chocolate meio amargo por cima. Levei para gelar por 2 horas.
Depois então cortei em quadradinhos, passei no chocolate
meio amargo ralado e enrolei no papel alumínio e levei para gelar. Acho que
duas horas seria suficiente, mas como o aniversário é amanhã vai gelar por mais
umas 8 horas...
O Fê Silveira, fofo meu amigo esteve aqui em casa e me
ajudou no processo de finalização. O bolo estava gelando quando ele chegou. Fez
todo o making off, tem bastante fotinhos!