quarta-feira, 3 de outubro de 2012

OITF - Outstanding in the Field - Mercado Municipal SP 2012


Foto publicada na Folha de SP sobre o evento


Já tinha contado aqui que participaria da equipe de cozinha desse evento, só não tinha entrado em detalhes do contexto de loucura que está minha vida e o quanto eu me empenhei para conseguir essa participação. Ao final a grande satisfação de que cada gota de suor valeu a pena!


Ainda tinha bastante tempo para o evento quando recebi um email da Renata Runge copiando o Chef Alex Caputo me oferecendo para trabalhar no OITF Mercadão dia 30/09/2012. Eu estava no trabalho lendo este email, meus olhos se encheram de lágrimas misturando alegria e apuros! No dia anterior ao evento se casaria uma grande amiga Graziela Brandão em Uberlândia, Minas Gerais. Peguei o telefone ainda chorando e liguei pra ela, expliquei a situação e perguntei o que fazer, help! A resposta dela foi: “não me importa, você não pode deixar de vir". 

O dilema: poucas horas e 700 quilômetros separavam os dois eventos. Pensei em todas as alternativas viáveis para percorrer essa distância... Uberlândia não tem um fluxo muito grande de vôos e não tinha nenhum que atendesse a esta minha demanda na madrugada, a não ser que eu fretasse um jatinho e óbvio que esta alternativa foi descartada! Tomei então a decisão: fazer o esforço para estar com minha amiga, assistir ao casamento religioso, fazer a benção como madrinha e ficar com eles até o começo da festa de casamento, depois pegar um ônibus, viajar a noite toda e chegar a tempo do evento no Mercadão. Cansativo só de ler, imagine fazer! Isso que eu tinha voltado de uma viagem dez dias super “paulera” em NY com minha irmã na segunda-feira anterior a tudo isso! 

Quero tentar deixar aqui registrada a intensidade dos meus sentimentos por isso vou descrever resumidamente minha relação íntima com cada uma destas experiências vividas no último final de semana de setembro.

Aos meus 11 anos conheci Graziela, logo ficamos “carne e unha”. Me lembro perfeitamente que a Gra que foi pedida em namoro pelo Danilo (até então amigo da minha irmã e moço mais bonito do Colégio) no meio do pasto quando ela estava em cima de um cavalo na garupa da Tati sua irmã e ela então, ao aceitar o pedido de namoro, passou para o cavalo do Danilo! Haha, que super pedido de namoro original hein Danilo?!?!?! O resto do namoro não foi diferente: a Gra passou todos estes 19 anos subindo e descendo do “cavalo arriado” na sua porta, quando ele resolveu dar um passeio sozinho, a princesa resolve subir no cavalo novamente, eles então se casaram! Mas estes momentos de indecisão foram essenciais na decisão! Sim claro, foi nas idas e vindas que descobriram o verdadeiro amor que existia entre eles e a vontade de cuidar um do outro pra sempre! 


A história deles é linda demais e a Gra, não preciso falar muito, ela é minha irmãzinha, em qualquer lugar do mundo que estejamos choramos juntas, sorrimos juntas e principalmente gargalhamos juntas! Não foi fácil deixar aquela festa linda com todos os meus amigos, pessoas que eu conheço desde meus 11 anos de idade, eles me viram crescer, me formar, sonhar e agora que me tornei mulher seria maravilhoso compartilhar dessa festa com todos os amigos e familiares dos meus amigos. Mas de novo o meu sonho falou mais alto! Foi uma pena, mas valeu a pena!! Trocadilhos que eu adoro!

Então saí da festa às 21:30hrs deixando toda a minha emoção pra trás e peguei o ônibus em direção à realização de um sonho de trabalhar na equipe deste evento. Eu deveria estar no domingo às 7 horas da manhã no Mercadão, pronta para trabalhar. O ônibus que eu peguei em Uberlândia estava previsto para chegar em São Paulo às 6:30h da manhã do dia seguinte. Eu entrei no ônibus ainda de vestido de festa, saltão (que mico! Hahah), deixei minhas malas, desci até o banheiro, troquei de roupa, tirei maquiagem e desarrumei o cabelo e já logo me acomodei em duas poltronas vazias no fundo do busão, posicionei meu tapa olho, meu travesseirinho e cobertor e já era... Acordei chegando em SP, já quase na rodoviária com o cutucão do colega da poltrona ao lado. Olhei no relógio já apavorada com medo de ter perdido a hora, mas não! ufa! Eram 6 horas ainda! 

Saí correndo, peguei um taxi e comecei a procurar uma drogaria aberta, eu ainda tinha de tirar meu esmalte! Não pode usar esmalte na cozinha e eu tinha esquecido de colocar acetona na mala! Cheguei no Mercadão e comecei a perguntar aos seguranças sobre o evento daí meu desespero começou quando nenhum deles sabia me responder! 


Fiquei uns 30 minutos parada na porta do Mercado à espera de uma van para descarregar toda aquela comida do evento, mas nada... o movimento parecia muito normal para ter um evento daquele tamanho! Não era possível que o evento tivesse sido cancelado... e ninguém teria me avisado? Foi isso que começou a passar pela minha cabeça quando um segurança iluminado resolveu perguntar aos outros colegas e me ajudar a descobrir em que parte do Mercado seria o evento.

Passado o apuro cheguei até o local meio escondido, privado onde a equipe já estava toda organizada, uniformizada e eu com minhas malinhas na mão fui correndo até o banheiro, me troquei e pronto: ao trabalho! Ajuda daqui, conversa dali (não consigo ficar calada! Hahha) não parei de tagarelar com todo mundo até que foi chegando a hora do evento, eu me encantava com tudo o que via, o carinho e atenção com que aqueles profissionais trabalhavam me fazia admirá-los ainda mais. A chave do sucesso deste evento é esse clima da equipe, todos sorrindo, brincando, trabalhando juntos para proporcionar um momento mágico aos comensais. 


Foi tudo muito lindo, harmonioso como podem mostrar as fotos dos pratos! E teve um ponto que me deixou intrigada: como o Chef conseguia ser tão tranquilo? O modelo de Chef que tenho na minha cabeça são figuras como o Gordon Ramsay em Kitchen Nightmares que ficam “estressadérrimos” e super nervosos enquanto os clientes estão na casa. 
Gordon Ramsay - Kitchen Nightmares
Eu mesma já tive um Chef assim que começava a gritar por qualquer coisinha, adorava um chilique! Sério, de verdade, não precisa disso! O chilique ao invés de agilizar o processo, só piora tudo, porque além da gritaria que incomoda a qualquer um, ainda faz com que o nervoso do Chef passe para a equipe e assim nenhuma comida terá seu sabor natural, todos os ingredientes estarão influenciados pelo clima de desconforto que o Chef causa na cozinha.

Trabalhei com um Chef que enfiou a cara de uma cozinheira na panela de purê (frio claro)! Simplesmente porque ela fez o purê da forma errada de novo, segundo ele pela vigésima vez. Claro que é engraçado imaginar a cena, mas que “puta” falta de respeito! Cozinheiros são seres humanos, erram! Claro que se pode aprender com os erros, mas se o Chef não ensinar, o cozinheiro não tem como aprender. E eu tive bastante contato com esse Chef e a forma dele de ensinar era gritando, sem paciência, sem muitas explicações, didática ruim! 

Mas hoje, com a maturidade consegui entender todo o camarim deste show que os Chefs estressados fazem: insegurança! Só quem não é seguro do que conhece não quer/ sabe explicar. Lembro-me de uma colocação feita por esse mesmo Chef “eu sempre passo a receita errada, mudando ou ocultando algum ingrediente no final” e quando eu questionava o porquê, ele dizia “ninguém pode fazer igual a mim”! 

Ele se esqueceu do ingrediente principal que está sempre presente nas entrelinhas das receitas: o amor! Esse é o que faz a mesma receita parecer diferente ao ser reproduzida por duas pessoas diferentes! Cada um coloca sua medida de amor e cada amor é único, não é um ingrediente padronizado, ele muda e vem do coração e se adequa aos demais ingredientes da receita produzindo o efeito do HUMMM ao final de cada mordida!




Então essa é a grande lição que levo do OITF Mercadão 2012: calma e tranquilidade produzem HUM... pratos lindos e saborosos! Meu objetivo agora: estudar para adquirir confiança e transmitir uma “good vibration” e bons ensinamentos aos meus cozinheiros! 

Esq para direita: Marcelo Sanglard, 3 estagiárias da FMU, abaixada Carla, Alex Caputo, Angélica Vitali, Marcus Biazetto, Angélica (estagiária FMU) e eu!

Aos Chefs Alex Caputo, Angélica Vitali e Marcelo Sanglard, Marcus Vinicius Biazzetto e ajudantes meu agradecimento pela aula que me deram no dia 30/09/2012. Espero ter oportunidade de trabalhar com vocês de novo! Renata Runge mais uma vez obrigada pelo carinho, atenção e apoio!
Sucesso a todos e nos vemos no próximo!

Mais fotos no meu facebook!

3 comentários:

  1. Adri querida! Puxa, que correria hein!!! Fico HIPER honrada de saber de tudo isso! E olha, querendo ir aprender com chefs em outros estados, e so me avisar. A temporada 2013 comeca dia 2 de marco, la em Angra dos Reis, com a Roberta Sudbrack. Ta afim? bjs

    ResponderExcluir
  2. Oi Rê! Muito obrigada!
    Olha trabalhar com a Roberta é um super sonho! Mas vou estar na Austrália nesta época, uma pena! Na minha volta com certeza quero sim aprender com todos! Obrigada pelo sorriso sempre aberto! bjs

    ResponderExcluir
  3. Muito legal saber a história por trás do almoço que participamos.
    Parabéns a todos.
    Abs.

    ResponderExcluir

Comente aqui: