A Experiência Sudbrack foi em 26/05/2012, foi assim que ela
chamou e é assim também que eu pretendia chamar! Já começo dizendo que a conta
não me assustou tanto foram R$ 215 reais e tomamos ½ garrafa de vinho!
Cometi um erro gigante que foi não levar máquina, eu não
tirei fotos! Mas eu cometi ciente do que perdia... resolvi que ia jantar na
Roberta e de lá direto iria para a Lapa encontrar uns amigos, então não dava
pra levar minha super máquina (que tinha acabado de quebrar) para passear em um
samba na Lapa. Infelizmente tudo que eu tenho então é um envelope preto com um
menu dentro que parte dele eu não experimentei, pedi o meu de 4 pratos, tinha
comido bolinho de bacalhau e tomado chopp a tarde toda!
Começamos com amouses e um pão de queijo gruyére à mesa, em
um pedaço de ladrilho eu acho, claro devidamente tratado para ser usado como
prato! Vieram 6 unidades de devoramos.
Depois Ricardo escolheu cherne em vinagrete de jambú e eu
escolhi esse Ravióli de chantillly de batatas e bottarga. Um ravióli seco sem
molho e sem precisar dele! Incrível!
Próximo prato foi um Capote assado em “alta e baixa
temperatura”. Estava maravilhoso, muito leve! Era um frango... rs
O Consommé de cholcolate meio amargo, pele de leite e
rapadura estava devidamente divino. Um chocolate que toca, seguido de uma
sensação de acolhimento da pele de leite que é também desafiado pela rapadura.
Para mim é como se fosse um recado: mesmo que se sinta acolhido pelo chocolate
e leite, cuidado, pois rapadura é doce mas não é mole, assim como a vida.
Talvez eu esteja viajando, que a Roberta nem tenha pensado por este lado, mas a
rapadura teve um papel especial na minha história, fez parte da infância,
adorava comer rapadura e minha mãe sempre me podando se não eu comia a rapadura
inteira! Daí quando eu estava na faculdade, eu tinha uma amiga que sempre dizia
“rapadura é doce mas não é mole não”- sendo este um ditado da família dela.
Isso tudo voltou à minha cabeça quando senti o fundinho da rapadura naquele
prato da Roberta Sudbrack.
Uma vez li uma matéria do Claude Troigrois falando da
Roberta Sudbrack, como era incrível a cozinha dela sem molhos. Eu não tinha
reparado, daí peguei o menu pra ver de novo antes de escrever este post e,
realmente, não tem molho! E não faz falta, eu comecei e terminei a refeição sem
precisar dos molhos. E agradeço por isso porque geralmente o molho torna a
comida mais pesada, mais gordurosa, curto a linha da Roberta, alta gastronomia leve,
como ela!
Ao final eu pedi para que o garçon visse a disponibilidade
dela e estava ocupada, então pedi um papel e uma caneta e escrevi um bilhete,
mais um destes mil que ela deve receber, eu tinha levado um presente para ela.
Foi assim: no dia seguinte da aula dela eu estava eufórica, saltitante, e contando
para uma amiga que já tinha me comentado sobre a Roberta e então quando disse
que iria ao Roberta Sudbrack em minha visita ao Rio, decidimos que eu levaria
para ela de presente umas forminhas de fazer mahmul, um doce armeno que a
Roberta tinha comentado desejar pelo twitter.
Passou o tempo e eu me esqueci das tais forminhas, me lembrei no dia 25
às 16hrs... eu ia embarcar no dia 26 de manhã e iria na Roberta no dia 26 à
noite! Praticamente impossível ir até a 25 de março ou a Zona Norte e voltar ao
escritório para fazer tudo que eu tinha para fazer até terminar o expediente...
então liguei pro Lau! Um querido amigo motoboy que sempre quebra meus galhos,
sempre! Liguei pra ele e às 17horas eu estava com uma não, mas duas fôrminhas
do mahmul para levar para a Roberta! (desculpem a displicência, esqueci de tirar fotos das fôrminhas!)
Espero que ela tenha gostado, que realmente as desejasse,
pois as comprei com tanto carinho que ao final pensei por duas vezes se deveria
guardar ao invés de entregar! Recordação por aquele momento lindo que me
esforcei tanto para entregar aquele símbolo de adoração a alguém que eu mal conhecia, admirava muito pela
trajetória de luta e paixão pela comida! Parabéns Roberta mais uma vez pelo "artesanato com ingredientes"que faz diariamente em seu restaurante!
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