Copa do mundo e estamos todos agringilhados! A quantidade de estrangeiros que recebemos me impressiona! Obrigada Seleção Brasileira por nos proporcionar esse momento tão lindo aqui de fora da Copa, no meu país, pelas minhas ruas…
gastronomia não é o principal foco de Copa do Mundo mas ela acontece naturalmente. As pessoas tem de comer, e assim me pego a observar pelas ruas a reação dos estrangeiros ao degustar uma deliciosa comida baiana e são feições alegres, “oh wow!” é o mínimo que se ouve, entre outros elogios que não cabem em palavras, nós brasileiros estamos encantando a todos com muito sabor e amor. E isso me deixa imensamente realizada profissionalmente.
O meu desejo para a Copa do Mundo e para o mundo é exatamente esse: que os estrangeiros tenham a oportunidade  de experimentar nosso tempero, nosso amor. E que tenham a audácia de provar nossas frutas exóticas que só se encontra no País Tropical!
No mesmo dia da estreia do Brasil na Copa  eu tive a oportunidade de levar 6 estrangeiros ao Mercado do Rio Vermelho em Salvador, a antiga Ceasinha, e lá experimentamos o Brasil! Eles haviam chegado há 2 dias pouquíssimo tempo, mas já conheciam a moqueca e interessavam-se pela tapioca! Provaram o umbu-cajá e se encantaram, comeram o caju e quase não acreditaram nunca ter visto o fruto da famosa “cashew nut”, entantaram-se pelo licor de jenipapo e na saída compramos uma deliciosa pescada amarela fresca, fomos até o apartamento que alugaram e cozinhamos uma deliciosa moqueca.
agrigalhadosEram duas mulheres e quatro homens, todos interessados na nossa cultura e nos nossos sabores. Quando retornávamos eu estava com o marido de Laurel no taxi (ela foi a anfitriã que entrou em contato comigo) e ele me disse que a experiência no mercado havia sido incrível e que enquanto cozinhávamos ele iria tirar um cochilo. Eu não me importei, chegando ao apartamento levei todos para a cozinha e com caipirinhas começamos… caju, umbu-cajá e pinha foram os sabores escolhidos para as caiporas!
Ali mesmo enquanto se deliciavam com a caipirinha eu comecei a preparar a famosa moqueca… corta daqui, refoga dali, dendê, coco fresco, pescada amarela e quando menos se esperava o marido da anfitriã estava ali na beira do fogão com uma colher para provar. Cheiro, textura, sabor, aroma, amor brasileiros eram sentidos a cada movimento na cozinha e o tal cochilo tinha ficado para mais tarde…
A moqueca estava quase pronta quando comecei a preparar o arroz e foi então que todos largaram suas caipirinhas na mesa e dirigiram-se ao fogão, nunca tinham visto se refogar o arroz, queriam assistir aquele espetáculo e entender a diferença de sabor. Neste momento abri a gaveta de colheres e distribuí 6 colheres, o filho mais novo de Laurel temperou com sal o arroz e os 6 estrangeiros, um por um quiseram provar a água do arroz, ver que sabor ela tinha e o motivo de tanto refogado no Brasil.
Depois de alguns minutos o grande banquete estava servido e a geladeira cheia de frutas e queijos tropicais. Eu me despedi agradecendo a oportunidade e desejando a eles uma boa sorte na Copa do Mundo!
E eu fui embora me preparar para a grande estreia do Brasil na Copa do Mundo. Aquele para mim foi um dia muito importante, essencial na minha vida, dia 12/06/2014 ficará para sempre guardado em minha memória como o dia em que eu apresentei a cultura gastronômica brasileira pela primeira vez a estrangeiros e os vi se deliciarem. Que grande oportunidade essa de assistir os “gringos” se deliciarem com um simples arroz… o refogado que faz a diferença no tempero brasileiro fez a diferença na minha vida e na vida daqueles estrangeiros! E por isso hoje a minha receita é ARROZ BRANCO! “Receita comum, todo brasileiro sabe como se faz arroz” – diriam os inimigos, mas será mesmo? Ah… bom então se não há nada para aprender em uma simples receita de arroz, vou também publicá-la em inglês, quem sabe os gringos se interessam….
Boa sorte Brasil! Vai que essa Copa é sua Seleção, ARREBENTA!
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